31 outubro 2008

Enredo do desenredo

Fulana era uma moça da Móoca, criada dentro dos princípios cristãos. Filha de imigrantes era a única menina, tinha quatro irmãos mais novos.
Fez curso de datilografia e passou em um concurso público como auxiliar de escritório. Feliz da vida pois acreditava que assim a vida seria tranquila para sempre. Seria funcionária pública.
Sicrana, também era moça criada nos princípios cristãos, não da Móoca, vivia em um bairro simples e sem tradição da Zona Norte de Saõ Paulo. Era primeira filha e tinha uma irmã e um irmão. Assim como Fulana, Sicrana ingressou no serviço público onde se encontraram anos atrás.
As moças na época quase meninas e muito pudicas, meio desajeitadas para as conquistas amorosas, pois a educação repressora as fazia duvidar de qualquer possibilidade de sedução ao homem que viesse lhes interessar.
Acontece que Sicrana, nascera com o dom de despertar olhares masculinos, tinha um quÊ, que não entendia como atraia para si os rapazes mais inteligentes e interessantes da classe e depois no ambiente de trabalho.
Apesar de todo o poder de atração que, Sicrana não tinha malícias, agia de acordo com os principios de sua repressora educação. Não olhava para os lados, fingia que não percebia, e fingia pra si mesma. Não queria acreditar que pudesse ser uma jovem atraente como qualquer garota no desabrochar a idade. Já Fulana, sabia que seus dotes físicos eram parcos, e por este motivo, desenvolvera a astúcia de raposa, fato que não era percebido ao primeiro contato, pois como a maioria da moças tinha um comportamento bem singelo de acordo com a moral da época.
Conheceram-se as duas moças e ficaram amigas. Trocavam confidências, estavam sempre juntas. Sicrana segredava para Fulana todos os desejos de uma jovem puritana. Fulana, ouvia tudo e procurava encorajar a amiga em suas iniciações românticas. Mascarava um sentimento de inveja por Sicrana dissimulado atitude angélica e maternal.
A amizade parecia sólida e sincera até que um dia o Polito, assumiu a gerência no departamento onde as moças trabalhavam. Sicrana de pronto se encantou com o novo gerente, ficou abalada. Fulana demorou um tempo a se aperceber do estado de enamoramento da amiga, mas logo entendeu os motivos e também se encantou com o novo chefe.
Nesta ocasião, Fulana começa a travar consigo um duelo, desejava ser diferente, mais audaciosa e seduzir o homem que acabara de conhecer, mas agia timidamente, a ponto de não se fazer notar pelo alvo de seu interesse.
Sicrana, matreiramente agiu rápido, valendo-se das confissões da amiga para distraí-la e aproximar-se do homem disputado em segredo.
Acontece que Polito era homem que tinha lá seus desencontros íntimos se estamos tratando de espécime do genero masculino que era. Nunca se casara e duvidava que algum dia uma mulher o fizesse mudar de atitude. Como disse eram aflições internas do jovem que a perspicácia de Fulana logo percebeu e de modo a fragilizar e afastar Sicrana, disfarçando suas intenções. Dizia que o chefe não um homem de verdade, e sugeria que desistisse da conquista, pois só teria sofrimentos se algum dia com ele se casasse. Ao mesmo tempo procurava de todas as formas envolvê-lo. Mudou seu modo vestir, mas não deixou que aos olhos das pessoas suas intenções se revelassem. Estava em todos os lugares onde podia encontrá-lo, até que finalmente encontraram-se no apartamente dele, e a partir deste dia, Fulana passou a se dizer grávida. Polito quando soube ficou indignado e propos a Fulana o aborto, que ela negou de forma veemente, pois não podia trair sua educação.
Polito passou a desprezá-la, e Fulana rápido cuidou para tornar verdade a gravidez que havia anunciado a Polito, passando a namorar Jolino, um colega de belos olhos azuis.
De tantas lamurias, Fulana finalmente se casa com Polito, para desespero de Fulana e Jolino. Depois de algum tempo nasce Florina, uma menina de belos olhos azuis, que Polito registra como filha.
Anos mais tarde, Polito morto, Fulana passa a ser sua beneficiária legal, recendo farta remuneração para edução de suas filhas Florina e Paulina.

Um comentário:

Nanete Neves disse...

É, as sonsas são sempre as mais perigosas...rsrs

Tecendo em Palavras

Origem: a de muitos brasileiros; Destino: o que eu conseguir conquistar dentro de mim !