Durante mais de quarenta minutos, ninguém pode atravessar a rua, alguns carros mais robustos, ou de motoristas mais impetuosos arriscaram-se. Pessoas que vinham à pé atreviam-se desafiando a correnteza, sem nenhuma preocupação com a sujeira ou o estrago a recuperar depois da travessia. Eu, tentei minimizar meus transtornos, estava de guarda-chuva, procurei descer a rua pelo lado onde a correnteza era menor, arregaçei a bainha da calça e armei de uma dose de paciência. Afinal a chuva é muito bem vinda, sem ela a poluição já nos teria tirado de cena. Mas precisava chover tanto e de uma vez só. E aquela galeria ? Já foi reformada. Porque então este alagamento no mesmo lugar? Ninguém sabia. Restava-nos a escolha de esperar o escoamento da água, ou atirar-se contra ele e continuar caminho.
Depois de algum tempo finalmente a chuva cedeu escolhi dar a volta no quarteirão para evitar o contato com a água contaminada. Demorei mais trinta minutos para chegar em frente ao prédio onde moro e perceber que o alagamento da esquina havia magicamente se dissipado. Surpresa perguntei ao porteiro o que aconteceu. Perplexidade depois da explicação. “Um homem viu um saco de lixo na entrada da galeria, empurrou-o para o lado, e a água finalmente teve seu curso aliviado deixando a esquina livre do alagamento”.
02 fevereiro 2009
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Tecendo em Palavras
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- Origem: a de muitos brasileiros; Destino: o que eu conseguir conquistar dentro de mim !
2 comentários:
Isso prova que alguns vieram ao mundo voltados para sí mesmos e nem se dão conta do quanto de mal estão fazendo aos semelhantes com seu descaso. Outros, nasceram para ver o que precisa ser feito e...fazer! Bacana.
Adorei seu texto. Além de concordar com o comentário da Laurinha Fuentes, acredito que teremos, de agora em diante, que aprender a lidar com o revoltoso clima, antes tão abençoado. Até o próximo janeiro, com mais chuvas e inundações...
Obrigada pelo comentário no meu blog. Adorei.
Um beijo, Claudia.
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