Quem passa não imagina o que acontece com aquele casal que tem como ponto de encontro o restaurande natural da Av. Paulista. É comum encontrá-los no horário do almoço durante a semana. Ele impecável de terno e gravata, o cabelo sempre alinhado, bigode branco. A elegância discreta, faz supor que seja ou foi advogado. Quando chega antes de sua companheira, escolhe um lugar para sentarem e prepara os talheres e pratos de forma cuidadosa. A espera as vezes é longa, e ele, como um noivo no altar, aguarda. A mulher quando é a primeira a chegar, vem toda efeitada de colar e brincos, um ar seguro e sedutor, prepara a mesa escolhida para a refeição como uma namorada que aguarda o amado para o almoço especial. Quando estão juntos provocam admiração aos demais. A tranquilidade de tornar público o interesse que sentem um pelo outro chega a constranger. Pudera o olhar brilhante dele para ela, o porte viril que assume em sua presença, é notado por outras mulheres. A segurança que ela adquire diante dele, inquieta.
Quem disse que aos oitenta se pode namorar?
Quem disse que aos oitenta se pode namorar?
Um comentário:
Pode-se namorar sempre, desde que o facho de luz na testa não tenha se apagado. O desse casalzinho, pelo visto, pode ser visto à distância. Lindo.
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